terça-feira, 1 de setembro de 2009

Só para informação... não pirem com isso o que importa e o nosso resultado!!!


No final do século 19, um químico americano descobriu que era possível contar a quantidade de energia dos alimentos. E é por causa dele que, até hoje, somos tentados a dar uma olhada, mesmo que discreta, nas calorias indicadas nos rótulos dos alimentos. Uma colher de Nutella engorda tanto quanto duas de requeijão light. A latinha de cerveja dá na mesma que um copo de suco de laranja. Feliz com a confirmação de que o mais gostoso vale a pena, você come o doce de avelã, bebe o chope e ainda acredita que está mantendo o peso.
Ledo engano. O que os rótulos não dizem (ou preferem não mostrar) é que seu corpo pode digerir cada um desses alimentos de forma muito diferente. Por isso, modo de preparo, textura, composição ou mesmo dúvidas sobre o método de contagem de calorias são capazes de diminuir ou aumentar a energia extraída da comida em até 50%. Quando aquele químico, Wilbur Olin Atwater (1844-1907), fez suas contas e descobriu que carboidratos e proteínas geravam 4 quilocalorias (kcal) por grama e gorduras 9 kcal por grama, ele esqueceu de considerar que o corpo humano absorve cada tipo de alimento de forma diferente. E que isso pode simplesmente virar de cabeça para baixo esses números que aparecem nas embalagens - e nos quais muita gente baseia cegamente suas dietas.
Um exemplo são as fibras, presentes em cereais e alimentos integrais. Mais resistentes à digestão que outros elementos, as fibras diminuem o tempo que a comida leva para passar pelo intestino. Com menos tempo de trânsito intestinal, os ingredientes também têm menos tempo para ser absorvidos e isso significa que menos calorias são aproveitadas. É aí que aparece Geoffrey Livesey, médico e nutricionista na cidade de Norfolk, Inglaterra. Ele considera, com razão, ultrapassada a metodologia de Atwater, o cara que queimava os alimentos no século 19 enquanto a maioria da população nem sequer sonhava em fazer dieta. Os estudos de Livesey estimam que as fibras são capazes de diminuir em até 25% a energia fornecida pelos alimentos. Ele diz, por exemplo, que numa dieta com esses ingredientes, as proteínas não geram 4 kcal, mas 3,2 kcal. "Uma pessoa vegetariana, que come mais fibras que a média, absorve as calorias de forma diferente", afirma a nutricionista Helena Simonard Loureiro, da PUC-PR. "Parte dos nutrientes pode passar muito rápido pelo intestino e, se não houver absorção, também não há calorias." E aí vem a armadilha dos rótulos: entre a cerveja e o suco de laranja, ambos com cerca de 140 kcal por copo, o que tem mais fibras (o suco, e sem açúcar) leva vantagem porque, no final, significa menos calorias no organismo. "No balanço calórico total do dia é importante somar não só os números das etiquetas, mas também esses outros elementos e até mesmo o estado físico do dia, se a pessoa está com intestino preso ou solto, por exemplo."

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